MENU
Em sua primeira entrevista como técnico do Corinthians, Vítor Pereira explicou como gostaria de ver seu time jogar: com posse, no campo adversário, pressionando de forma intensa para retomar a bola.
Ao longo de seis meses de trabalho no clube, muitas vezes o técnico teve de se adequar e abdicar de suas preferências ou simplesmente viu seu time não conseguir aplicar os conceitos dele.
Porém, na vitória por 4 a 1 sobre o Atlético-GO, que garantiu a classificação do Corinthians para a semifinal da Copa do Brasil, a equipe atuou justamente como determina a cartilha do português.
Sufocante, o Timão teve uma de suas atuações mais seguras na temporada, deu respostas táticas e também emocionais e só foi tirar o pé do acelerador quando a goleada já estava consolidada.
Após dias de turbulência, com a eliminação na Libertadores e a derrota para o rival Palmeiras, a equipe mostrou força emocional para reverter um placar adverso, diante de um adversário mais organizado do que o placar faz parecer.
A equipe goiana poderia ter dificultado ainda mais a vida alvinegra se não tivesse sentado em cima da vantagem tão cedo, exagerando na “cera” e aberto mão de atacar.
Por méritos do Corinthians, mas também inoperância própria, o Atlético-GO não finalizou uma única vez sequer até os 17 minutos do segundo tempo.
O ímpeto nem sempre foi acompanhado de organização ou precisão técnica. O Timão recuperava a bola com rapidez, mas tinha dificuldades para infiltrar na área adversária. Em muitos momentos da primeira etapa, a equipe apelou para cruzamentos, que acabaram nas mãos do goleiro Renan.
Contudo, após algumas tentativas frustradas, Renato Augusto teve espaço de sobra para dominar, mapear os companheiros e cruzar com precisão na cabeça de Gil, que abriu o placar.
O gol acabou com um jejum corintiano de seis jogos de copas sem marcar, inflamou a Arena e encheu o Corinthians de confiança.
Impossível analisar o jogo e não citar Yuri Alberto, autor de três gols, cada um de uma forma: de perna esquerda, de perna direita e também de cabeça. Mas houve outros destaques individuais, entre eles Róger Guedes.
O camisa 10 dessa vez não marcou, mas mandou bola na trave, deu assistência e se desdobrou em campo para ajudar na retomada da bola. Com tamanha aplicação tática, é possível que o atacante faça Vítor Pereira mudar sua ideia sobre a viabilidade de ele e Yuri jogarem juntos mesmo contra adversários mais ofensivos.
Autor de três assistências, Renato Augusto deixou evidente o quanto fez falta ao Corinthians ao longo dos quase dois meses em que desfalcou a equipe. O camisa 8 começou pelo lado esquerdo, mas não guardou posição e ofereceu além de passes precisos, carrinhos e combates.
Gil foi quase impecável, Fagner retomou seu bom nível, Fausto Vera pareceu estar mais solto…
A virada sobre o Atlético-GO espanta a crise que se anunciava e dá início a um novo capítulo na temporada corintiana. Quatro jogos separam o Timão do título da Copa do Brasil. O próximo adversário será o Fluminense, que eliminou o Fortaleza nas quartas de final.
GE