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No vasto e diversificado panorama da pecuária brasileira, a raça Girolando desponta como um verdadeiro patrimônio nacional. Este artigo explora as vantagens na criação de gado Girolando, destacando por que essa raça oferece o melhor custo-benefício em termos de produtividade, especialmente em regiões de clima tropical.
Fruto do cruzamento entre as raças Gir e Holandês, o Girolando é hoje responsável por cerca de 80% da produção leiteira do país, um marco impressionante que reflete sua extraordinária adaptação às mais variadas condições climáticas, incluindo as encontradas no Mato Grosso.
A raça Girolando é genuinamente brasileira, concebida nas décadas de 70 e 80 como resposta às necessidades de uma produção leiteira mais eficiente e adaptada ao clima tropical. Seu reconhecimento oficial pelo Ministério da Agricultura, em 1º de fevereiro de 1996, marcou um ponto de virada na história da pecuária leiteira nacional, consolidando sua importância e abrindo caminho para avanços significativos no setor.
Em 2024, ao celebrar seus 28 anos, o Girolando se estabelece por todo o território nacional, superando suas próprias marcas históricas. Segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, o ano de 2023 marcou um ponto alto em termos de registros de animais, tanto na categoria de Controle/Registro de Nascimento quanto no Controle/Registro Definitivo – Genealogia Conhecida, estabelecendo um novo recorde desde o início dos serviços de Registro Genealógico pela associação em 1989. Com 2.228.722 registros, a Girolando é a única entidade do país a atingir essa quantidade.
“É motivo de muito orgulho para todos nós esse feito histórico da raça. Mostra que, apesar do difícil momento que vive a pecuária leiteira, o pecuarista continua acreditando nos animais Girolando para produzir com qualidade e rentabilidade. A entidade está atuando junto ao MAPA para que a raça seja reconhecida como ‘Girolando, a raça Nacional’”, destaca Domício Arruda, presidente da associação.
Uma das características que fez o Girolando ganhar destaque no Brasil foi a sua capacidade de adaptação ao clima tropical. Particularmente no estado do Mato Grosso, conhecido por seu clima quente com grandes variações de temperatura e umidade, a raça Girolando demonstra uma capacidade de adaptação sem igual. Sua origem, que combina a rusticidade do Gir com a alta produtividade leiteira do Holandês, confere a essa raça uma robustez capaz de enfrentar os desafios impostos pelo ambiente, mantendo índices de produção surpreendentemente elevados. Resumidamente podemos destacar:
A razão fundamental pela qual o Girolando representa o melhor custo-benefício para os produtores se encontra em sua extraordinária eficiência produtiva. Uma pesquisa realizada pela Embrapa em 2018 apontou que a produção média de vacas Girolando no período de lactação de 305 dias foi de 5.041 litros, evidenciando o potencial lucrativo dessa raça. Além disso, casos excepcionais como o da vaca Promessa Barbante BAC, que produziu mais de 100 mil quilos de leite em oito lactações, ilustram o potencial genético e a capacidade de superação de recordes dessa raça.
A rentabilidade ao investir na raça Girolando não se limita apenas à sua produtividade leiteira superior. Vários outros aspectos contribuem para que essa raça seja considerada um investimento vantajoso para os produtores. Abaixo, elencamos algumas razões que ilustram o retorno financeiro ao investir no Girolando:
O contínuo progresso na criação do Girolando está intrinsecamente ligado ao melhoramento genético, prática que eleva a qualidade e o desempenho do rebanho. Técnicas avançadas como inseminação artificial, Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), transferência de embriões e Fecundação In Vitro (FIV) são empregadas para maximizar a produtividade e a rentabilidade da atividade leiteira.
Em face dos desafios impostos pelo clima tropical e pela necessidade de produção sustentável, a raça Girolando surge como uma solução viável e promissora para a pecuária leiteira brasileira. Seu desempenho no estado do Mato Grosso por exemplo, assim como em outras regiões do país, reafirma a importância de investir em uma raça que não apenas se adapta e prospera sob condições adversas, mas que também eleva o patamar da produção leiteira nacional.
Investindo em tecnologia, sustentabilidade e genética de ponta, a Agropecuária GV5 em Mato Grosso, liderada por Getúlio Vilela de Figueiredo, conhecido como o “Rei do Gado Leiteiro”, não só contribui para a economia local, mas também estabelece um modelo para o setor leiteiro brasileiro. Com um olhar para o futuro, Sr. Getúlio aposta na fusão entre tradição e inovação, conduzindo Mato Grosso ao potencial de se tornar a maior bacia leiteira do país.
A região, abençoada com a abundância de grãos e uma forte cultura agropecuária, é vista por Getúlio como o cenário ideal para a revolução da pecuária leiteira, focada não apenas na quantidade, mas também na elevação da qualidade do leite ao padrão nacional de elite, especialmente o tipo A2A2. “Nós já estamos preparando vacas com padrão nacional de elite, para atender a produção de qualidade do leite do futuro, o tipo A2A2. Esse é nosso trabalho incansável e persistente, mas que estamos fazendo para ver Mato Grosso ser o maior produtor de leite do país“, afirma Sr. Getúlio.
O investimento na raça Girolando por parte dos produtores reflete uma visão de longo prazo que entende a pecuária não apenas como uma atividade econômica, mas como um compromisso com a sustentabilidade e a eficiência produtiva. A associação desses animais com tecnologias de manejo avançado e práticas de sustentabilidade ambiental pode resultar em um sistema de produção altamente eficaz, rentável e resiliente.
Ainda que o Girolando represente uma escolha acertada para muitos pecuaristas, desafios como o manejo nutricional adequado, o controle de doenças e a gestão eficiente da reprodução requerem atenção constante. No entanto, é justamente a capacidade de superação desses desafios que tem consolidado a raça como uma das mais versáteis e rentáveis na pecuária leiteira brasileira.
O cenário atual, marcado por oscilações econômicas e climáticas, demanda uma pecuária leiteira mais adaptável e resiliente. Nesse contexto, o Girolando surge como uma resposta eficaz, representando uma oportunidade para o produtor que busca maximizar a produtividade e a rentabilidade, sem comprometer a sustentabilidade de suas operações.
À medida que a raça Girolando avança para além de seus 28 anos de reconhecimento oficial, as perspectivas futuras são promissoras. Com o apoio de instituições de pesquisa como a Embrapa e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, o desenvolvimento genético de qualidade como o realizado pela Agropecuária GV5 e a expansão do rebanho, a meta de tornar a raça reconhecida nacionalmente como a grande raça leiteira do Brasil, não apenas simboliza um marco na história da nossa pecuária, mas também reforça o compromisso com a excelência e a inovação no setor, tornando-o mais competitivo internacionalmente e capaz de atender às crescentes demandas por produtos lácteos de alta qualidade.
fonte/Agronews