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Após saber da decisão da Justiça, em relação à soltura do ator José Dumont, muitas pessoas se revoltaram. A apresentadora Sonia Abrão, do “A Tarde é Sua”, da Rede TV!, foi uma delas que, no programa de quarta-feira, 12 de outubro, soltou o verbo sobre o assunto.
Impunidade e incentivo à violência foram algumas das palavras usadas por ela:
“O que é isso, gente? Por que a lei tem esse tipo de brecha? Isso a gente encontra em várias áreas. A gente sempre está quebrando a cara nas tais das brechas, porque essas brechas existem. Mas será que não está na hora de começar a contestar tudo isso? A entender que o que resulta na prática é impunidade? A nossa sensação como cidadão brasileiro é de que Justiça nunca é feita no nosso país, ou nunca na dimensão em que o crime é praticado. Ô gente, pelo amor de Deus! Século vinte e um, 2022 e a gente tem o mesmo tipo de queixa ano após ano, a sensação é que no nosso país, Justiça não existe.”, disse Sonia.
A jornalista ainda falou que tudo em nosso país é amenizado e que a sensação é de que compensa entrar para a criminalidade e da perda na chance de inibir outras pessoas que cometem o mesmo crime:“A nossa sensação, é que o crime compensa, por mais absurdo que seja vai ter brecha que vai beneficiá-lo de uma forma que torna tudo ameno. Acaba sendo incentivo à violência. Uma sentença como essa, de uma figura pública que o Brasil inteiro conhece, que se fosse condenado de acordo com o crime que praticou, ia ser exemplar que é o que a gente precisa. Poderia coibir aí muito outros criminosos, monstruosos como ele.”
A Justiça do Rio de Janeiro determinou na última terça-feira, 11 de outubro, a soltura de José Dumont. O ator de 72 anos estava em casa, no último dia 15 de setembro, quando policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) o prenderam em flagrante, pelo crime de armazenamento de imagens de sexo envolvendo crianças.
O processo está em segredo de Justiça e a ordem de soltura é da 3a. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em sessão de julgamento presidida pela desembargadora Suimei Cavalieri.
“Por unanimidade, foi concedida parcialmente a ordem para relaxar a prisão do paciente, determinando-se a imediata expedição de alvará de soltura, mas com imposição substitutiva de cautelares alternativas, nos termos do voto do relator”, escreveu a magistrada na decisão.
De acordo com o Tribunal de Justiça, a prisão preventiva foi afastada porque o ator está sendo processado pelo crime do art. 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por armazenamento de imagens de cenas pornográficas.
Segundo o Código de Processo Penal, não cabe prisão preventiva nesta situação. O ator, contudo, terá de cumprir medidas cautelares alternativas, como monitoração eletrônica (uso de tornozeleira). José Dumont estava preso na Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, na quarta-feira, 12 de outubro, a decisão da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, de conceder liberdade a José Dumont. Ele estava preso desde 15 de setembro, sob acusação de armazenar conteúdo de pornografia infantil e manter relações sexuais com um garoto de 12 anos.
“É um completo escárnio soltar um indivíduo preso em flagrante por envolvimento com pedofilia e acusado de estupro de vulnerável em pleno dia das crianças! Um tapa na cara de pais e mães que temem pela segurança de seus filhos. Proteger as crianças deveria ser prioridade máxima!”, escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
Em sua defesa, José Dumont contratou o escritório do advogado Arthur Lavigne. Pai de Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, ele é um dos mais caros e renomados do país. O profissional é conhecido por sua participação no caso Daniella Perez, filha da novelista Gloria Perez, assassinada em 1992 por Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, como assistente de acusação.
No mesmo dia da prisão de Dumont, em 15 de setembro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do artista, e os agentes encontraram imagens e vídeos de sexo envolvendo crianças.
José Dumont estava no elenco da novela Todas as Flores, do Globoplay, e foi substituído. Segundo a Globo, o artista tinha contrato por obra com a emissora.
“O ator José Dumont estava contratado como obra certa especificamente para a novela ‘Todas as Flores’, a ser exibida no Globoplay. Diante dos fatos noticiados, a Globo tomou a decisão de retirá-lo da novela. A suspeição de pedofilia é grave. Nenhum comportamento abusivo e criminoso é tolerado pela empresa, ainda que ocorra na vida pessoal dos contratados e de terceiros que com ela tenham qualquer relação”, disse a emissora, em comunicado.
fonte/Ofuxico